Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: ACRE, municípios Brasiléia (Lima 259), Manuel Urbano (Silveira 1611), Sene Madureira (Daly 7861), Senador Guiomard (Rivero 258), Sene Madureira (Daly 7961), Xapuri (Daly 7137); AMAZONAS, municípios Benjamin Constant (Ducke 24209), Boca do Acre (Quinet 1832), Fonte Boa (Ferreira 8383), Manaus (Sothers 900), Presidente Figueiredo (Vieira 378); BAHIA, municípios Almadina (Jardim 1317), Camacan (Borges 666), Ilhéus (Hage 2150), Jussari (Jardim 2427), Una (Fiaschi 1278), Uruçuca (Thomas 10418), Wenceslau Guimarães (Thomas 9290) MATO GROSSO, município Aripuanã (Gomes 1686); MINAS GERAIS, município Viçosa (Ramalho 1606); PARÁ, municípios Óbidos (Ducke 19711), Oriximiná (Ferreira 9709), Santarém (Ducke s.n.); RONDÔNIA, município Jamari (Castro 115).
Árvore de até 30 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Conhecida popularmente como quariquarana e inúmeros outros nomes vernaculares de acordo com a região em foco; foi coletada em Floresta Ombrófila associada a Amazônia e a Mata Atlântica nos estados do Acre, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Rondônia. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=3281754 km² e ocorrência confirmada em distintas fitofisionomias florestais associadas a dois Domínios Fitogeográficos brasileiros e presença em Unidades de Conservação em regiões onde ainda predominam na paisagem florestas em estado primitivo de conservação. Apesar da situação distinta das subpopulações amazônicas em relação as localizadas na costa atlântica, considera-se a espécie como de Menor Precoupação (LC) no momento. Estudos específicos sobre sua distribuição, números e tendências populacionais e impacto de vetores de stress nos diferentes contextos devem ser conduzidos a fim de subsidiar uma avaliação de risco de extinção robusta no futuro e evitar assim sua inclusão em categoria de ameaça mais restritiva ante as crescentes ameaças documentadas por toda a região Amazônica e da Mata Atlântica (Lapig, 2018; SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Charity et al. 2016; Fernside, 2016; Fernside, 2015; Nepstad et al., 2006).
Espécie descrita em: Flora Neotropica, Monograph 95: 58–60, f. 7B–C, 8B, 13B, 13L–D, 23. 2005. Nomes vernáculos: quariquarana, aquariquara-de-igapó, caa-pitiú, erva-de-rato, itaúba-preta, quariquara-preta (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | habitat | past,present,future | national | very high |
Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infraestrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo. Em função do cultivo de soja a agroindústria nacional se interiorizou, a fronteira agrícola, a avicultura e suinocultura expandiram, novas fronteiras foram abertas e cidades fundadas no interior, surgindo como um novo fator responsável pela destruição da floresta (Domingues e Bermann, 2012). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Domingues e Bermann, 2012; Vera-Diaz et al., 2008). Um conjunto de fatores que influenciou o mercado nacional e internacional, por meio de um processo de globalização, combinado com a crescente demanda por soja, baixos preços das terras e melhor infraestrutura de transporte do sudeste da Amazônia levou grandes empresas de soja a investir em instalações de armazenamento e processamento na região e, consequentemente, acelerou a taxa na qual a agricultura está substituindo as florestas nativas (Domingues e Bermann, 2012; Nepstad et al., 2006; Vera-Diaz et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat | past,present,future | national | very high |
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al., 2016). O aumento do desmatamento entre 2002-2004 foi, principalmente, resultado do crescimento do rebanho bovino, que cresceu 11% ao ano de 1997 até o nível de 33 milhões em 2004, incluindo apenas aqueles municípios da Amazônia com florestas de dossel fechado compreendendo pelo menos 50% de sua vegetação nativa (Nepstad et al., 2006). Segundo Nepstad et al. (2006) a indústria pecuária da Amazônia, responsável por mais de dois terços do desmatamento anual, esteve temporariamente fora do mercado internacional devido a presença de febre aftosa na região. Contudo, o status de livre de febre aftosa conferido a uma grande região florestal (1,5 milhão de km²) no sul da Amazônia seja, talvez, a mudança mais importante que fortaleceu o papel dos mercados na promoção da expansão da indústria pecuária na Amazônia (Nepstad et al., 2006). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A mineração representou 9% do desmatamento na floresta amazônica entre 2005 e 2015. Contudo, os impactos da atividade de mineração podem se estender até 70 km além dos limites de concessão da mina, aumentando significativamente a taxa de desmatamento por meio do estabelecimento de infraestrutura (para mineração e transporte) e expansão urbana (Sonter et al., 2017). De acordo com Veiga e Hinton (2002), as atividades de mineração artesanal também têm gerado um legado de extensa degradação ambiental, tanto durante as operações quanto após as atividades cessarem, sendo um dos impactos ambientais mais significativos derivado do uso de mercúrio no garimpo de ouro. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4.1 Roads & railroads | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Fernside (2015) argumenta que as estradas atuam como impulsionadoras do desmatamento, atraindo trabalhadores migrantes e investimentos para áreas de floresta anteriormente inacessíveis dentro da Amazônia. Segundo o autor, o desmatamento é então estimulado não apenas por estradas que aumentam a lucratividade da agricultura e da pecuária, mas também pelo efeito das estradas (acessibilidade) na especulação de terra e no estabelecimento de posse de terras. As principais estradas são acompanhadas por redes de estradas laterais construídas por madeireiros, mineiros e posseiros. O desmatamento se espalha para fora das rodovias e suas estradas de acesso associadas. As rodovias também fornecem caminhos para a migração de fazendeiros sem terra e outros, gerando assim o desmatamento em áreas adjacentes. As estradas principais estimulam a construção de estradas secundárias que fornecem acesso a regiões distantes da rota principal da rodovia. Um exemplo importante é a reconstrução planejada da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). Estradas laterais abririam o grande bloco de floresta intacta na parte oeste do estado do Amazonas, que incluía vastas áreas de terras públicas - a categoria mais vulnerável à invasão por grileiros e posseiros (Fernside e Graça, 2006). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat | past,present | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi coletada nas seguintes unidades de conservação: Reserva Florestal Adolfo Ducke (Coêlho s.n.), Floresta Nacional do Mapiá - Inauiní (Quinet 1832), RPPN Serra Bonita (Borges 666), Floresta Nacional do Jamari (Castro 115). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | leaf |
A espécie Siparuna glycycarpa possui flavonoides e outros compostos aromáticos (Costa, et al. 2013). Os compostos já foram testados como tratamento antimalária, porém os compostos apresentaram baixa atividade (Lima, 2014) | ||
Referências:
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